Ela! Ela! Ela! Sempre ela! Eu deveria trocar o nome deste
blog para “Um Tributo a Martha Medeiros”, tamanha a quantidade de referências à
escritora gaúcha!
Pode parecer “puxa-saquismo” ou falta
de assunto, mas o que posso fazer se essa danada sempre me inspira?
Se ela escreve, eu leio e lendo-a,
escrevo. É um ciclo vicioso! Para dar vazão a esse vício, existe o “Mulher Solteira...” que pode ser usado
como ferramenta na recuperação de leitores compulsivos que leem qualquer coisa
que lhes chega aos olhos: placas de carro, dizeres em portas de sanitários
públicos, outdoors, bula de remédio, artigos acadêmicos (mesmo que não sejam de
sua área de conhecimento), dentre outros. Leitores vorazes, inclusive, leem em
qualquer lugar, até mesmo no banheiro.
Da minha parte, declaro solenemente
que o toalete é o meu local favorito para ler. Desde pequena tenho este hábito.
Estando ali à toa não vejo nada melhor a fazer do que ler para relaxar e deixar
que a natureza e os meus músculos anais façam sua parte.
Conheço outras pessoas que gostam de
ler no banheiro. Observando-as, reparei que algumas levam jornais e revistas para
o seu santuário. O meu hábito é tão arraigado que resolvi investir nele adquirindo
uma assinatura de gibis da Turma da Mônica. As visitas, que compartilham do
mesmo hábito, agradeciam. Contudo, as revistinhas em quadrinhos pararam de
chegar por falta de pagamento. Portanto, atualmente, quando bate aquela vontade
de “meditar” no troco, quem me acompanha é ela, Martha Medeiros[1],
seus livros de crônicas já ficam por ali.
Pois bem, todo esse preâmbulo foi
para dizer que, depois de um longo e tenebroso inverno sem alimentar este
modesto blog, a inspiração surgiu enquanto eu estava cagando.
Isso mesmo: CA-GAN-DO!
Ficou chocado(a) com a palavra chula?
Seu diagnóstico: você é uma pessoa “meiguinha”.
“Meiguinhos” são educados, sensíveis,
doces, carinhosos, atenciosos e, na maioria das vezes, tímidos. Não falam
palavrões. Aparentemente são politicamente corretos e dificilmente expressam
(pelo menos verbalmente) uma opinião maldosa sobre outra pessoa. São seres
discretos. Suas roupas são impecáveis e as peças combinam umas com as outras. Seus
gestos são suaves e contidos. Ficam com as bochechas rosadas quando notados. Sua
presença é vista como agradável para alguns, mas passa despercebida para outros.
Os rudes, ao contrário, são nada
comedidos. Possuem uma necessidade irremediável de serem sinceros que, via de
regra, beira a inconveniência. Falam o que pensam sobre tudo e todos. São desbocados,
riem alto e em bom tom. Perdem o amigo, mas não a piada. Têm atitude e
iniciativa, mas só fazem o que têm vontade ou quando a paixão os move
intempestivamente. São seres autênticos e, justamente por isso, são leais e
altamente confiáveis (pré-requisitos necessários para um bom amigo).
Quando pedires conselhos aos rudes, não
espere palavras generosas ou de incentivo, pois os rudes são indivíduos
racionais demais para meias palavras ou“frescuras”, eles lhe dirão o que pensam friamente e sinceramente e, muito provavelmente, rudemente. Aliás, os rudes, não costumam esperar que sua opinião seja
solicitada.
Os meigos jovens costumam ser
considerados charmosos, pois sua meiguice e timidez podem ser confundidas com
um ar de mistério idílico e, portanto, tidos como seres inatingíveis, que
outros jovens podem valorizar. Mas, se permanerem doces com o passar dos anos, ou
se transformam em adultos muito inseguros, ou muito dissimulados. Sendo assim,
desconfie dos meigos crescidinhos.
Já os rudes jovens são diamantes em
estado bruto que o tempo e a experiência vão polir. Mas se teimam em manter a
brutalidade a qualquer preço, transformam-se em pessoas ásperas e, muitas
vezes, desagradáveis. Contudo, quem consegue romper a casca grossa dos rudes, se
surpreenderá ao constatar que os brutos também amam.
Rótulos à parte, seja qual for seu temperamento - meiguinho ou rude -, sendo jovem ou
adulto, cada um sabe a dor a delícia de ser o que é.
[1]
Espero que, se um dia esta informação
chegar as suas mãos, desejo que minha musa inspiradora não se ofenda.