Para ser bem precisa, foi no
inverno de 2010 que começou essa comichão que não para mais...
Banhava-me em alguma cachoeira de Lumiar. Tinha ido passar uns
dias de férias com uma amiga e sobrinha e, desde então, vira e mexe, penso em largar
tudo (?) para morar no mato. Não, não ia virar bicho grilo totalmente. Isso não! Iria continuar sendo uma funcionária pública respeitável ao manter minha matrícula na rede estadual de educação e daria minhas aulinhas de sociologia no ensino médio. Conciliaria minhas horas diárias mantendo
um pequeníssimo comércio, cultivaria uma hortinha, cozinharia minhas comidinhas
pseudossaudáveis e, de vez em quando, conforme a minha vontade, alimentaria meu
blog. Passaria horas no facebook... Ah! Que delícia!
Comecei a achar que estava ficando meio maluca ao
querer remar contra a corrente. Passei e me sentir distante das expectativas pequeno
burguesas de ter um carro e investir numa “carreira de sucesso” que consiste em trabalhar, competir, consumir, ostentar, trabalhar mais... Socorro!
E aí,
numa destas conspirações cósmicas inexplicáveis (será?), chegam até a mim, quase ao mesmo tempo, um
texto e um filme para provar que não estou sozinha nessas reflexões “ripongas”.
O filme Chef é uma produção independente, de
baixo orçamento que não escapa de alguns clichês sem, contudo, deixar de
divertir. Apesar do Rubens Edward Filho ter decido o cacete em sua crítica, o
filme é, no meu modestíssimo ponto de vista, comovente e delicioso – tão delicioso
quanto a comida que vira personagem na trama. Aliás, para quem gosta de culinária (chique e trash), o filme é um prato cheio!
Como
não sou crítica de cinema, vou lhes poupar de resenhá-lo, mas gostaria apenas
de destacar o que a película tem a ver com meu atual estado de ânimo em relação
ao mundo do trabalho: o personagem principal dá uma chutada de balde bonita que
lhe obriga a repensar a vida e buscar novos caminhos.
A propósito, “chutar o balde” é o
tema do texto que chegou as minhas vistas dia desses, no qual compartilho o link abaixo. É preciso deixar claro que minha
situação profissional e financeira não chega nem perto da realidade das pessoas citadas, mas, assim como elas, estou doida para aderir à nova modalidade esportiva chamada “balde a
distância”!